
Coordenado pelo professor Roberto Bartholo e financiado pelo CNPq, a conceituação do projeto na forma de tour virtual foi feita pelo doutorando Eduardo Martino, que executou o registro visual por meio de 16 panorâmicas esféricas e implementou a navegação entre elas de forma a emular virtualmente um passeio físico. O projeto se vale, também, de imagens aéreas por drone realizadas por Luiz Felipe Ribeiro e Marcelo Eiras, além de alguns detalhes fotográficos realizados por Eduardo em campo e de material informativo disponibilizado pela Seção Cultural e pelo departamento de Relações Públicas do Centro de Capacitação Física do Exército (CCFEx).
A fundação da Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro está intimamente ligada à Fortaleza de São João, formada pelos fortes-redutos de São Martinho, São Teodósio, São José e São Diogo. Nesse local, em 1565, o Capitão-Mor Estácio de Sá desembarcou com sua tropa em uma praia entre o Pão de Açúcar e o morro Cara de Cão, para reintegrar a ocupação territorial de Portugal, levantando um fortim. Os portugueses perceberam que, para defender a terra, seria necessário criar uma povoação junto à Guarda de Defesa da Baía de Guanabara. Ampliada e reforçada através dos anos, recebeu oficialmente o nome de Fortaleza de São João (FSJ) em 24 de junho de 1618. A FSJ e as Baterias de São José e de São Teodósio foram edificadas sobre a península oeste da barra, totalmente inacessível através do seu costão externo e de acesso dificultado pelo escarpado do morro na parte posterior.
A FSJ foi guarnecida por Batalhões de Artilharia de Posição e Grupos de Artilharia de Costa até 1991, honrando a memória de Estácio de Sá e dos heróis combatentes que deram berço à Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Na Fortaleza de São João já funcionaram a Escola de Aplicação do Exército (1855), a Escola de Aprendizes Artilheiros (1880), o Centro de Instrução de Artilharia de Costa (1934), o 1o Distrito de Artilharia de Costa (1934), o Arsenal da Urca (1944), o Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento (1970), a Companhia de Comando e Serviços e o NPOR do IME (1975), e a Bateria de Artilharia de Costa do CCFEx (1991).
O Reduto São José, de 1578, sofreu melhorias ao longo dos tempos e por volta de 1863 o Imperador Pedro II determinou que as fortalezas da entrada da baía fossem totalmente modernizadas. Iniciou-se, sobre o antigo Reduto São José, uma obra monumental, em blocos de granito, constituída de uma galeria com 17 casamatas em pedra lavrada, encimada por plataforma e parapeito com 1,40 m de comprimento e um paiol à prova das armas da época, tendo suas pedras 2,00 m de comprimento.
Em 1872, o novo Forte São José é posto em serviço, artilhado com 15 canhões Whitworth, de fabricação inglesa, calibre 32 e 70 libras. O Imperador veio pessoalmente à Fortaleza de São João para inaugurá-lo.
Na República, a Fortaleza de São João recebeu armamento moderno, mas as obras previstas não foram executadas.
No paiol, atualmente, funciona o Museu Histórico da Fortaleza de São João.