O Laboratório Tecnologias, Diálogos e Sítios (LTDS) é um laboratório-rede vinculado à área de Segurança, Inovação, Trabalho e Empreendedorismo (SITE) do Programa de Engenharia de Produção da COPPE/UFRJ.
O projeto tem como objetivo propiciar maior entendimento sobre a possibilidade de produzir, nas próprias comunidades, uma alimentação mais saudável e acessível economicamente, a partir da troca de experiências. Intitulado Food 2.0: Sustainable Food Futures – Young people’s views from Rio and London, o projeto é realizado no âmbito do Programa Fundo Newton RC UK-Faperj e conta com a parceria de outras duas unidades da UFRJ: Faculdade de Administração e Ciências Contábeis (Facc) e Instituto de Nutrição Josué de Castro. Foram realizados workshops participativos nas duas periferias e produzidos vídeos como resultado final, inteiramente feitos pelos jovens que se inscreveram nos projetos. Pesquisadores das áreas e representantes das artes audiovisuais analisaram as produções e escolheram um vídeo vencedor em cada cidade. Os ganhadores dos filmes vencedores de Londres e do Rio visitaram a cidade-parceira do projeto.
Com um olhar atento ao cotidiano do conjunto de favelas da Maré, um grupo de jovens cariocas ganhou o concurso de audiovisual “Food 2.0 – Futuro sustentável de alimentos: uma visão dos jovens do Rio e de Londres”. Janaina Melo, de 25 anos, profissional de Relações Públicas e moradora do Complexo da Maré; Fernando Fonseca, de 26, publicitário, produtor cultural e morador de Nova Iguaçu; e Valnei Succo, de 28, músico (MC) e técnico audiovisual, que vive em Rocha Miranda, produziram o curta-metragem Raiz, sobre a cadeia produtiva da tapioca vendida na popular barraca de Dani França, moradora da Nova Holanda, comunidade que pertence ao Complexo da Maré. A barraca se tornou uma referência gastronômica na região, utilizando produtos orgânicos plantados no sítio da família da vendedora, em Magé.
A ideia de retratar os hábitos alimentares da periferia em formato audiovisual é um desdobramento de um projeto que envolve pesquisadores brasileiros e britânicos, coordenado pela Coppe – o Instituto de Pós-Graduação e Pesquisa em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) – e pela Royal Holloway, da Universidade de Londres. O projeto, que também contou com a participação das ONGs britânicas Inspire e Ovalhouse, recebeu o apoio da FAPERJ por meio do programa Fundo Newton RCUK-FAPERJ, além da parceria com o Observatório de Favelas e com a Universidade das Quebradas – projeto de extensão coordenado pela pesquisadora Heloisa Buarque de Holanda, na UFRJ.
No total, participaram do projeto 18 jovens cariocas, de 18 a 29 anos. Um dos pré-requisitos para concorrer era ser morador de uma das comunidades cariocas. Durante um mês, eles tiveram oficinas temáticas sobre alimentação, além de acompanhamento em produção multimídia, na sede do Observatório de Favelas, na Maré. Foi o suficiente para revelar novos talentos. “As oficinas abordaram quatro temas: Cultura alimentar na periferia; Desperdício de alimentos; Agricultura urbana e horta comunitária; e Novas formas de produção e consumo na periferia, que trata das inovações sociais dos moradores, como restaurante orgânico e produção de cerveja artesanal”, diz a pesquisadora associada do Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social, da Coppe, Rita Afonso, que também é professora da Faculdade de Administração da UFRJ e foi uma das coordenadoras-adjuntas do projeto das oficinas.
A experiência resultou na produção de seis filmes pelos alunos, que captaram a visão dos jovens que moram na periferia sobre como é a relação deles com os alimentos e como será a alimentação do futuro. Segundo Rita, é preciso ter um olhar um pouco mais verdadeiro a respeito da situação das periferias e favelas. “Um clichê é imaginar a desnutrição como um problema nas favelas, quando na verdade o principal desafio é o avanço da obesidade como problema de saúde. Come-se muito mal, tanto no Rio como em Londres. O fato de viver em um país mais rico não garante uma boa alimentação”, destaca.
Raízes – Olhar da periferia sobre alimentação sustentável
O que periferia e consumo sustentável de alimentos têm em comum? A partir dessa provocação Fernando Fonseca, Janaina Melo e Succo Emici idealizaram o curta-metragem “Raiz”. O filme, em formato documentário, acompanha a cadeia produtiva da tapioca plantada na fazenda Suruí – Magé até o consumo na favela Nova Holanda – Maré
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Realização: Fernando Fonseca, Janaína Melo e Succo Emici
LTDS – COPPE / UFRJ Aline Brufato Isabella Nunes Pereira Eneide Maia Edney Sanchez
Rita Afonso Professora da Faculdade de Administração da UFRJ e foi uma das coordenadoras-adjuntas do projeto das oficinas
Francisco Duarte Professor e Coordenador do Programa de Engenharia de Produção
Roberto Bartholo Professor e Coordenador do LTDS
COPPE Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia – Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
FINEP Financiadora de Estudos e Projetos – Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI)
Royal Holloway Universidade de Londres
FAPERJ(Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) – Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação
Fundo Newton RCUK-FAPERJ
ONG Inspire
ONG Ovalhouse
Observatório de Favelas
Universidade das Quebradas
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Endereço:
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